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Reprodução canina – Parte II

Reprodução canina – Parte II

Está pensando em cruzar sua cadela?

Todo mundo já pensou um dia: Vou cruzar meu cãozinho ao menos uma vez antes de castrar! Não é mesmo? Seja qual for o motivo, vamos esclarecer a vocês se isso é mesmo necessário ou não.

Para começar cães se reproduzem com um único objetivo: perpetuação da espécie, então ao contrário do que a maioria pensa, eles não possuem comportamento sexual da prática pelo prazer como em humanos. Sendo assim, eles não ficarão mais calmos se cruzarem e nem sentirão falta de nunca terem cruzado.

Outro mito é: devo cruzar ao menos uma vez para evitar câncer. Errado! A única maneira de se evitar o câncer de mama em cadelas é castrando antes de entrarem no primeiro cio. Depois do terceiro cio já não faz mais diferença para o risco de câncer. E nos machos, antes de entrarem na puberdade (entre 6 e 7 meses de idade) para evitar o comportamento da marcação de território e manter por mais tempo temperamento de filhote.

Sabendo tudo isso, vamos avaliar todos os pontos para tomar a difícil decisão:

  • qual será o destino da ninhada? Você é sim responsavel por cada um dos filhotes e deve ser de sua conta zelar pela saúde e integridade deles.
  • qual o custo de todo o processo? Você já parou para pensar nisso? Pode ser bem alto, deve-se estar preparado para arcar com possíveis custos não previstos. Mas vamos aos principais: exames pré-natais, inseminação (para não pôr em risco a vida do macho), ultrassonografias para acompanhamento da gestação, suplementação e alimentação da gestante, preparo do local para a fêmea e os filhotes, cesariana (para não pôr em risco a vida da fêmea), anestesia inalatória (mais segura para braquicefálicos), desmame dos filhotes (alimentação, vacinas, veterinário, exames, vermífugos, tapetes higiênicos).
  • você terá tempo para se dedicar a mãe e aos filhotes? Na primeira semana esse cuidado deve ser 24h. Algumas cadelas rejeitam os filhotes, nesse caso você terá que criá-los. Mamadas de hora em hora, cuidados para a cadela não deitar sobre os filhotes, ou seja, noites não dormidas.

Pensou em todos os itens, você possui tempo e dinheiro para se aventurar nessa jornada e quer levar isso adiante? Então vamos lá, você precisa tomar algumas providências:

  • avaliar se seu cão está dentro dos padrões da raça
  • achar o parceiro ideal, que deve ter mais ou menos o mesmo tamanho e também estar dentro dos padrões esperados para a raça
  • fazer uma avaliação clinica de ambos: Saiba que os reprodutores devem estar com vacinas e vermífugos em dia. Precisam ter testes negativos de brucelose, herpesvírus (doenças sexualmente transmissíveis e sem cura), além de não portarem nenhuma alteração genética, criptorquidismo*, catarata precoce, epilepsia, doenças crônicas, auto-imunes, alergias, problemas dermatológicos, cardiológicos, respiratórios, hormonais e até excesso de peso. Ou seja, precisa ser 100% saudável.  Caso contrário pare por ai mesmo, já temos animais doentes o suficiente para por mais neste mundo, não é mesmo? Você não quer ser responsável por mais alguns? Sem contar que o destino de todos os filhotes é de sua total responsabilidade.
Reprodução canina

Julius Houf Jodré: padreador do canil Houf Jodré

Se você chegou até aqui, acredito que queira seguir adiante. Pensou em todos os prós e contras, avaliou todos os riscos, tem dinheiro e tempo disponíveis, seu cão está dentro dos padrões e você achou o “par”ideal para ele ou ela, fez toda avaliação de saúde de ambos e está tudo certo. Parabéns!!!! Você é um tutor responsável e está apto a passar para a próxima etapa que abordaremos em uma próxima matéria.

Espero que tenha ajudado e se tiverem mais alguma dúvida ou sugestão sobre o assunto, escreva nos comentário.

Perdeu a primeira matéria? Clique aqui e leia sobre o Ciclo estral das Cadelas.

* já abordamos o tema em outro post. Quer saber? Clique aqui.

Até a próxima!

Dra. Vanessa Nogueira

CRMV-RJ 8062

Médica Veterinária e colunista do Mundo Bull

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One thought on “Reprodução canina – Parte II

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